A semana a começar da melhor maneira, com uma escritura. Ou não.
Clientes espanhóis estavam a comprar uma angariação minha, vieram de propósito de Espanha, há uma semana que tratavam do bendito cheque internacional com o seu banco e… nada.
A venda teve uma representante do banco no qual estava a hipoteca. Começámos a ler a escritura, validar dados, etc, e de repente a senhora do banco, ao olhar para a pasta do cliente comprador, pergunta se o cheque era aquele.
A resposta foi que era, ela olhou para o cheque e disse que provavelmente não haveria escritura.
Naquele primeiro momento e confesso que quase até ao fim, achei que aquilo não era possível, que era apenas um mal-entendido e que, obviamente, a escritura ía acontecer. O cheque era emitido pelo banco espanhol, mas em baixo dizia “paying bank” ou seja, este cheque fora passado ao abrigo de um protocolo entre o banco espanhol e o banco português, onde até já se encontrava o dinheiro, e apesar de ser um cheque internacional, era um cheque bancário no seu conceito, materializado numa forma diferente.
A senhora do banco bateu pé que não aceitava, fez telefonemas fora da sala durante uma hora.
Os clientes espanhóis começaram a ficar furiosos (e com razão, coitados, tinham feito tudo direitinho e agora a senhora dizia que não havia escritura).
Eu andava entre a sala da escritura e a senhora do banco a dar ideias para tentar resolver a questão… Estava “o baile armado”.
Entre discussões e justificações… Nada feito, a escritura foi adiada.
Aqui entre nós, incrível como é que um banco português conhecido da nossa praça recusa um cheque bancário internacional… E os clientes estrangeiros sem conta em Portugal como compram casas? Sinceramente, há que fazer um update…
Enfim, não percam as cenas dos próximos capítulos 🙂