Miguel Fevereiro // Arquitecto

Miguel Fevereiro // Arquitecto

Licenciou-se em arquitectura pela Universidade Lusíada de Lisboa em 2005.

Mestrado em construção e reabilitação pelo Instituto Superior Técnico em 2015.

Membro da Ordem dos Arquitectos em Portugal.

Colaborou com Claus en Kaan Architecten em Roterdão, entre 2006 e 2007, Karakusevic Carson Architectsem Londres, entre 2007 e 2009, e o atelier Ubiquidade em Lisboa, entre 2009 e 2012.

Há quanto tempo trabalhas reabilitações e quais são os projectos que te dão mais gozo fazer?

O primeiro projecto de reabilitação que fizemos em Lisboa foi há cerca de 9 anos e, até agora, os desafios mais interessantes têm sido aqueles em que foi necessário adaptar um equipamento/edifício existente a uma nova função, diferente daquela para qual foi inicialmente projectado.

Como resumias as oscilações a que temos assistido nos últimos anos, especificamente na tua área de trabalho?

Em Lisboa, após um assustador período de estagnação económica, vimos com algum alívio o início dos primeiros trabalhos de reabilitação no degradado centro histórico. Mais recentemente, alimentada pelo crescente interesse imobiliário, a velocidade do processo de reabilitação da/na cidade aumentou exponencialmente e temo que, num futuro próximo, este se possa transformar num vórtice onde “reabilitamos” primeiro e pensamos/projectamos depois. Estamos na época certa para (re)pensarmos e definirmos as cidades e os edifícios em que vamos habitar, seria uma pena desperdiçar esta oportunidade.

Quais consideras os pontos chave para um bom trabalho quando falamos de recuperações de apartamentos/edifícios em zonas antigas/históricas? E no seguimento desta pergunta quais os erros que vês cometerem mais vezes?

Julgo que a chave para o sucesso passa pela coordenação e cooperação entre os diferentes intervenientes, do dono de obra aos executantes, passando pelos vários projectistas. A boa arquitectura depende tanto dos arquitectos como de um bom programa base, assim como de bons projectos de especialidades e de bons executante em obra.

Os erros mais comuns, sobretudo em reabilitação, são a falta de investimento nas fases de diagnóstico do existente, e a falta de tempo para a elaboração e coordenação dos diferentes projectos. Acredito que todo o tempo que é investido nas fases de diagnóstico e de projecto será facilmente recuperado na fase de obra, reduzindo possíveis atrasos e desvios orçamentais.

No mercado, para ti, o que seria para…

Lock (bloquear):

A noção de que demolir o interior de um edifício histórico e preenche-lo com construção nova mantendo a fachada antiga é um processo de reabilitação. Um edifício é mais do que uma fachada.

Unlock (desbloquear):

A legislação que regula a actividade da construção é dispersa e parte está obsoleta (o documento base do REGEU é de 1951), é crucial unificar e actualizar os diferentes regulamentos num único documento.

 

 

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